Fasceíte Plantar

A Fáscia Plantar é uma banda de tecido conjuntivo que tem origem no osso calcâneo (calcanhar) e se insere na base de cada uma das primeiras falanges dos dedos dos pés. Esta banda é composta por várias camadas e tem como principais funções a sustentação da arcada plantar e a absorção e libertação de energia elástica. A fáscia plantar consegue, desta forma, manter a integridade das estruturas ósseas do pé, necessitando, para isso, de possuir alguma rigidez.

A Fasceíte Plantar, na sua apresentação mais comum, é uma condição degenerativa de longa duração, caracterizada por dor no calcanhar e associada a um espessamento e irritação da fáscia plantar, como resultado de microtraumatismos repetidos. Pode, no entanto, apresentar-se como uma condição aguda, correspondendo a uma inflamação da fáscia plantar, que pode ser causada por um aumento da força de tração da mesma. Atualmente é uma das condições mais tratadas por profissionais de saúde no que toca às patologias do pé.

Esta patologia tem uma prevalência alta, sendo frequente, não só na população em geral, mas também em atletas. Dentro da população em geral, os principais grupos afetados são:

  • Mulheres;
  • Pessoas acima dos 40 anos;
  • Indivíduos com hábitos sedentários e/ou com um Índice de Massa Corporal Elevado (excesso de peso);

No que toca aos atletas, a Fasceíte plantar é mais frequente entre corredores com um elevado nível de atividade, mas o futebol, ginástica e dança são também práticas onde esta é uma patologia comum.

Quais os sintomas mais comuns na Fasceíte Plantar?

A Fasceíte Plantar caracteriza-se, principalmente, por dor no calcanhar ao colocar o pé no chão. Esta dor tem tendência a ser mais intensa nos primeiros 5 a 10 minutos após levantar, de manhã. Em alguns casos, são relatados também dor ou sensação de ardor ao longo da região mais interna da planta do pé. Quando a Fasceíte Plantar se apresenta como uma condição crónica, estes sintomas podem ter uma duração superior a um ano, havendo estudos que indicam uma duração média de 13 meses.

O que esperar após um diagnóstico de Fasceíte Plantar?

Pelo facto de ser uma patologia, tipicamente, de longa duração, é importante gerir as expectativas relativas a esta condição. Em primeiro lugar, é importante perceber que a ausência de melhorias a curto prazo, mesmo após iniciar um processo de reabilitação, não é um indicador da severidade da lesão nem de um melhor ou pior prognóstico. Normalmente, um pior prognóstico está associado a uma duração superior a 7 meses após o momento do diagnóstico e o início da intervenção.

A Fisioterapia na Fasceíte Plantar

Como em qualquer tipo de patologia, o tratamento deve ser individualizado e adaptado a cada pessoa e cada caso. No entanto, as guidelines mais recentes dão linhas orientadoras gerais sobre as opções de tratamento que devem ser aplicadas e que têm resultados mais eficazes na maioria dos casos. Desta forma, após uma avaliação detalhada, o tratamento passará por uma intervenção multidisciplinar, em que a Fisioterapia apresenta um papel central.

O Fisioterapeuta, numa fase inicial do processo de reabilitação, poderá utilizar o taping (ligadura funcional) de forma a retirar alguma carga da fáscia plantar e poder expô-la progressivamente esta carga durante a reabilitação. A terapia manual, mais especificamente a mobilização articular do tornozelo e pé e a massagem manual da fáscia e dos músculos posteriores da perna têm efeitos no aumento da mobilidade do tornozelo, na redução da dor e no aumento da capacidade funcional a curto prazo. O alongamento da fáscia plantar e dos músculos posteriores da perna também têm efeitos a curto prazo no que toca à diminuição da dor. Além destas estratégias, o exercício específico e adaptado à pessoa e à sua condição, ainda que não tenha uma relação direta com a diminuição de sintomas, ajuda a preparar para as tarefas realizadas em carga, atenuando as forças que atuam sobre o pé durante as mesmas.

A equipa multidisciplinar tem ainda um papel importante no que toca ao aconselhamento relativo à perda de peso (em casos que o justifiquem) e na prescrição e utilização de ortóteses (palmilhas ou apoios para o calcanhar) e/ou talas noturnas, destacando aqui o papel do Nutricionista e do Podologista, especialidades técnicas disponíveis na Physiohub.

Em alguns casos, quando não se verifica uma resposta positiva a este tipo de tratamento, este pode ser complementado com a terapia por ondas de choque extracorpóreas, a infiltração com corticosteroides, plasma rico em plaquetas (PRP) ou injeções de toxina botulínica. Em casos de falência do tratamento, a cirurgia pode ser considerada como a última opção, consistindo numa libertação das fibras da fáscia plantar à qual se dá o nome de fasciotomia.

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Dr. André Yee

Línguas: Português, Inglês, Chinês (Cantonês).

Clínica:

Médico Especialista em Medicina Física e de Reabilitação.
Mestrado em Ecografia Musculoesquelética e Intervencionismo Ecoguiado.
Pós-Graduação em Medicina Desportiva.

Áreas de Intervenção: