O joelho é uma articulação formada pelo fémur, tíbia e rótula. Possui ligamentos que estabilizam a articulação, auxiliados pelos meniscos (medial e lateral), que estabilizam o joelho e amortecem os impactos sobre as cartilagens.
O Ligamento Cruzado Anterior (LCA) tem a função de prevenir o deslizamento anterior excessivo da tíbia em relação ao fêmur, e contribuir para a estabilidade rotacional do joelho. É o ligamento do joelho lesado com maior frequência, sendo que, cerca de 70% destas lesões estão associadas às práticas desportivas competitivas.
Aproximadamente dois terços deste tipo de lesões ocorrem sem que haja contacto através de uma força externa.
De facto, os mecanismos de lesão mais comuns nestas lesões sem contacto são:
- Mudanças rápidas de direcção e velocidade com o membro inferior fixo no solo;
- Saltos;
- Movimentos “pivôt”.
Estas lesões podem ser classificadas em função da sua gravidade:
- Grau 1: Lesão ligeira em que o ligamento está ligeiramente distendido, mas ainda é capaz de manter a articulação do joelho estável;
- Grau 2: A distensão é maior e o tendão fica lasso, podendo ocorrer uma rotura parcial (situação menos frequente);
- Grau 3: Corresponde a uma rotura total do ligamento, com instabilidade da articulação do joelho.
A lesão do LCA pode levar a um movimento anormal do joelho e, possivelmente, nos casos mais graves (grau 3), a uma instabilidade funcional residual, que é mais significativa em atividades que impliquem movimentos com mudança de direção e/ou velocidade e movimentos de rotação. Pode ser uma lesão única, mas normalmente está associada a outras lesões (por exemplo do Menisco Interno).
O diagnóstico é feito através da história clínica e do exame físico. Alguns testes específicos podem ser realizados no diagnóstico da insuficiência do ligamento cruzado anterior.
As radiografias são utilizadas para avaliar lesões ósseas, embora o exame por ressonância nuclear magnética seja o método de diagnóstico por imagem mais eficaz.
O procedimento cirúrgico é o tratamento de escolha para pessoas ativas, que sofreram rotura completa do ligamento e apresentam instabilidade no joelho. A reconstrução do ligamento permite voltar ao nível da sua pré-atividade física, retardar a ocorrência de lesões meniscais associadas e também de osteoartrite.
A fisioterapia é fulcral numa fase pré-cirúrgica, com o objetivo de aliviar a dor e melhorar a função do indivíduo. É muito importante o ganho de massa muscular para diminuir os efeitos negativos da imobilização, na primeira fase após a cirurgia.
A recuperação após a cirurgia é um processo complexo, sendo necessário, no mínimo 6 meses, para haver um retorno seguro à atividade desportiva.
A fisioterapia ajuda a:
- Restaurar a normal funcionalidade da articulação;
- Restaurar a amplitude de movimento, força muscular e coordenação neuromuscular;
- Fazer a reintegração, o mais precoce possível, no ambiente sócioprofissional e/ou no desporto.
Recentemente, têm sido introduzidos programas de fortalecimento e de propriocepção, que estimulam a ação muscular durante as “aterragens” e mudanças de direção, com resultados promissores na prevenção das lesões do ligamento cruzado anterior. Visto isto, é fundamental que se mantenha ativo, com um plano de fortalecimento adequado e, sempre que possível, aconselhar-se com o seu fisioterapeuta!
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