O que é a COVID-19?
A COVID-19 é uma doença recentemente reconhecida, que se disseminou rapidamente de Wuhan para outros lugares da China, e consequentemente para todo o mundo.
Os principais sintomas são:
- Febre;
- Tosse;
- Dispneia – sensação de falta de ar, aperto no peito, cansaço ao respirar;
- Mialgias – dores musculares;
- Expetoração;
- Cefaleias;
- Diarreia;
- Dor de garganta, náuseas, rinorreia e também podem ser experienciados vómitos.
Este vírus afeta principalmente o sistema respiratório, podendo levar a complicações como insuficiência respiratória. No entanto, também afeta outros sistemas do corpo, causando lesões cardíacas agudas, disfunção hepática, entre outros.
Comorbilidades/Alterações sistémicas mais comuns após a recuperação
Infelizmente, ainda não existem estudos conclusivos sobre a extensão das sequelas da COVID-19, mas sabe-se que estão associadas à doença viral em si e, em certos casos, a períodos prolongados de internamento e imobilidade subjacente.
Alguns dos principais problemas registados em pessoas recuperadas do vírus COVID-19 são:
- Fraqueza muscular generalizada com sensação de fadiga;
- Redução da capacidade pulmonar;
- Dor muscular e nas articulações;
- Perda de equilíbrio e sensibilidade.
Estas alterações podem ser observadas igualmente em indivíduos com doença ligeira que não tenha evoluído para quadros mais críticos, o que demonstra a necessidade de acompanhamento após a alta.
Devemos ter em especial atenção as pessoas que necessitaram de cuidados médicos intensivos (UCI), uma vez que a entubação e a perda do estado de consciência podem ser acompanhadas por complicações mais graves, como a fraqueza muscular diafragmática, que dificulta a funcionalidade do sistema respiratório, causando uma diminuição da capacidade de tossir e da tolerância ao esforço.
Benefícios e objetivos da Fisioterapia na recuperação
A Fisioterapia pós-COVID-19 tem um papel fundamental para que os pacientes possam voltar mais rapidamente à sua vida normal, de forma a evitar complicações cardiorrespiratórias e motoras.
A intervenção fisioterapêutica visa sempre:
- A recuperação da funcionalidade;
- A diminuição da sensação de dispneia e fadiga muscular durante as atividades do seu dia a dia e em esforço;
- O aumento da força muscular e da massa muscular, incluindo os músculos respiratórios;
- Uma melhoria da capacidade pulmonar;
- Melhoria da qualidade de vida.
Com estes objetivos presentes, as sessões de Fisioterapia, de um modo geral, incluem:
- Treino e ensino de estratégias de controlo respiratório, para ativar corretamente os músculos respiratórios, principalmente o diafragma. Este treino vai auxiliar também na otimização da função respiratória, aumentando a quantidade de oxigénio que é utilizada pelo nosso corpo, melhorando assim a capacidade pulmonar e a diminuição da sensação de fadiga;
- Treino aeróbio, de modo a aumentar a resistência dos músculos esqueléticos e respiratórios ao esforço, bem como do pulmão e do coração;
- Treino de força, de mobilidade e alongamentos músculo-tendinosos para auxiliar na redução das sequelas da imobilidade;
- Treino de equilíbrio e de marcha, imprescindível não só para o paciente com sequelas de vertigem ou tonturas, mas também para aquele que permaneceu muitos dias hospitalizado.
Em casos de maior gravidade de afetação do sistema respiratório, o utente com coronavírus pode desenvolver doença pulmonar crónica com destruição alveolar, como é o caso do enfisema pulmonar. Nestes casos, a Fisioterapia respiratória é crucial na evicção da progressão da doença e no desenvolvimento de estratégias compensatórias, permitindo controlar a sintomatologia e melhorar a qualidade de vida.
Aconselhe-se devidamente com um médico ou fisioterapeuta e marque uma consulta connosco.
Fisioterapeuta Rita Esteves