Paralisia Facial Periférica

A paralisia facial periférica (PFP) resulta da lesão do nervo facial, verificando-se uma dificuldade, parcial ou total, na condução dos impulsos elétricos através do nervo facial, com consequente alteração da capacidade de contrair os músculos da face.

Os movimentos da face (mímica) são assegurados por vários músculos localizados logo abaixo da pele, que ao contraírem de um modo coordenado, provocam movimentos da mesma, resultando na abertura ou encerramento dos olhos, da boca e das narinas, ou na realização de expressões faciais capazes de exprimir aos outros estados emocionais, como alegria, tristeza, fúria, perplexidade ou atenção. Desta forma, uma PF afecta o modo como o doente se vê e se consegue relacionar com os outros, bem como, o modo como os outros conseguem interpretar e relacionar-se com o doente, podendo gerar dúvidas, angústias e por vezes depressão.

Causas

A PFP pode ser primária (idiopática ou paralisia de Bell), correspondendo a 75% dos casos ou secundária a múltiplas causas, entre as quais Diabetes Mellitus, infeções víricas, Otites agudas ou crόnicas, tumores e traumatismo crânioencefálico. A Paralisia de Bell por exemplo, pode apresentar-se com diferentes graus de severidade, desde perda parcial a completa dos movimentos da hemiface afetada. Ocorre de forma aguda e pode evoluir favoravelmente ou permanecer. Segundo Slavkin (1999), na PB cerca de 80-85% dos doentes recuperam espontânea e completamente em três meses, ficando 15-20% com sequelas permanentes, 5% das quais graves.

Quadro Clínico

A PF caracteriza-se por diminuição da força muscular facial unilateral, levando a alterações como:

  • diminuição/ ausência de rugas na região frontal;
  • dificuldade/ incapacidade de mobilizar a sobrancelha;
  • dificuldade/ incapacidade de fechar o olho;
  • contração diminuída do músculo orbicular das pálpebras;
  • rotação do globo ocular para cima quando fecha o olho;
  • não elevação da asa do nariz com a inspiração;
  • dificuldade/ incapacidade de mobilizar a comissura labial.

Frequentemente os doentes relatam outros sintomas particulares como hiperacusia (dificuldade em tolerar os sons do dia-a-dia), hiper ou hipo-salivação e alteração paladar. O tempo da PF varia conforme a causa, o tipo de lesão do nervo, a idade do paciente, entre outros fatores e quanto mais rápido procurar ajuda, melhores serão as condições de recuperação.

Como tratar a Paralisia Facial?

O tratamento geralmente envolve medicação oral, cuidados oculares e tratamento de reabilitação com fisioterapia e Terapia da Fala.

Os cuidados oftalmológicos também merecem atenção especial. Como os músculos peri oculares podem ser afetados, a pessoa tende a ter dificuldade em piscar e lubrificar os olhos por isso, uma ação prioritária é a proteção da córnea e a preservação da visão. Recomenda-se o uso de óculos escuros para proteção dos raios solares e efeito traumático do vento, bem como, a lubrificação ocular com o uso de um lubrificante ocular e de lágrimas artificiais. Deve ainda ser feita a oclusão ocular noturna, com um penso adesivo antialérgico poroso.

Qual é o papel da Fisioterapia na Paralisia Facial?

A fisioterapia desempenha um papel essencial, intervindo em diferentes fases da evolução da doença. É essencial na manutenção da qualidade dos músculos do lado paralisado e na prevenção de contrações excessivas dos músculos do lado da face não afetada. Nos casos em que exista dificuldade na articulação da fala ou na deglutição (por exemplo, por incapacidade de controlar o encerramento dos lábios), os terapeutas da fala podem ajudar a ultrapassar essa limitação.

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Dr. André Yee

Línguas: Português, Inglês, Chinês (Cantonês).

Clínica:

Médico Especialista em Medicina Física e de Reabilitação.
Mestrado em Ecografia Musculoesquelética e Intervencionismo Ecoguiado.
Pós-Graduação em Medicina Desportiva.

Áreas de Intervenção: