A onicocriptose que geralmente chamamos de “unha encravada” é quando a unha (lâmina ungueal) penetra nos tecidos periungueais (à volta da unha). Caracteriza-se por ser muito dolorosa, acabando na maioria dos casos por
provocar reações inflamatórias e limitação funcional podendo, se não for tratada atempadamente, evoluir para uma infeção com exsudado (pús) e granuloma (alterações dos tecidos subjacentes e consequente inflamação e infeção).

Os sintomas mais frequentes são então: rubor, dor, edema (inchaço) e possível presença de exsudado, quando num estádio mais avançado.

Nas diversas causas possíveis da onicocriptose estão as alterações biomecânicas, como alterações das falanges dos
dedos ou até mesmo a tendência à pronação do pé e posterior fricção do canal ungueal com o calçado, mau corte ungueal, obesidade, edema dos membros inferiores provocado por alterações sistémicas, trauma, alterações morfológicas da unha, como o próprio aumento da lâmina ungueal (por exemplo no caso de onicomicose – micose na
unha ) e até mesmo do aumento da sudação (hiperidrose) e trauma por calçado.

O tratamento passará sempre por uma avaliação por parte do Podologista relativamente à causa, ao estádio da onicocriptose e à sua evolução, pois quanto mais tarde se tratar mais desenvolvida estará a infeção e mais difícil será o seu tratamento.

Após remoção da espícula elege-se o tratamento mais correto dependendo da causa e de modo a evitar recidivas. Além de eliminar as possíveis causas da onicocriptose e tratar outras alterações da lâmina ungueal, poderá ser necessário recorrer à sua correção através de ortóteses de silicone (silicone moldável feito à medida), ortoníxias (pequenos aparelhos metálicos ou acrílicos indolores que corrigem a curvatura da unha), suportes plantares para
correção de alterações biomecânicas.

Outro tratamento possível quando a onicocriptose está muito avançada e com granuloma que não regride espontaneamente ou simplesmente quando os outros tratamentos não conseguem evitar recidivas é o tratamento cirúrgico. Este consiste na ablação do canal periungueal afetado e, se necessário, tecido subjacente, não alterando a estrutura da unha. Esta pequena cirurgia é realizada com a administração de anestésico local para que o paciente não sinta dor.

Como forma a evitar as recidivas tenha sempre em atenção ao corte ungueal (deve ser reto), ao calçado ajustado, às alterações biomecânicas do pé e a quaisquer alterações na lâmina ungueal. Recorra sempre que possível ao seu Podologista para um tratamento adequado.

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