É natural que com o envelhecimento aconteçam mudanças no organismo e surjam condições como a osteopenia e a osteoporose.
No sistema músculo-esquelético há um aumento da massa gorda e diminuição de massa óssea. Além disso, com o envelhecimento, acontece um desequilíbrio entre formação e reabsorção óssea, ou seja, a absorção das células velhas aumenta enquanto a formação de novas células diminui, o que resulta na desmineralização. Isto torna os ossos mais porosos e frágeis.
O que são a osteopenia e a osteoporose?
A osteopenia é uma condição pré-clínica com perda gradual de massa óssea, que, se progredir, pode levar ao desenvolvimento de osteoporose.
Já a osteoporose é uma doença caracterizada por diminuição da massa óssea e deterioração do osso, levando ao aumento da fragilidade óssea e maior risco de fratura.
Uma vez identificada a presença de osteopenia, esta deve ser tratada para que não ocorra mais perda de massa óssea.
Nesse período é ainda possível reter e retardar a degradação do tecido ósseo, diferente do que acontece na osteoporose. Neste caso já ocorreu cerca de 30%-40% de perda de massa óssea e não é possível recuperar o que foi perdido.
Fatores de risco da osteopenia e osteoporose:
- Idade superior a 65 anos;
- Alimentação com carência em cálcio e vitamina D;
- Histórico familiar;
- Mulheres caucasianas, estatura baixa e magras;
- Deficiência na produção de hormonas;
- Medicamentos à base de cortisona;
- Baixa exposição à luz solar;
- Imobilização e repouso prolongado;
- Sedentarismo;
- Tabagismo;
- Consumo de álcool;
- Algumas doenças reumatológicas, endócrinas e hepáticas.
Existem sintomas?
Numa fase inicial não existem sintomas. Com o avanço da doença, os sintomas mais comuns são as fraturas das vértebras lombares, colo do fémur, punho e costelas, provocando dor e sensibilidade óssea, assim como diminuição da estatura. A dor está diretamente associada ao local em que ocorreu o desgaste ósseo ou a fratura.
Cuidados do tratamento da osteopenia e osteoporose:
- Optar por uma alimentação equilibrada, rica em cálcio, (leite e seus derivados, por exemplo), vitamina D (ovo, salmão, atum, verduras de folhas escuras, grãos integrais e cereais) pode ser suficiente para repôr os 1.000 mg diários de cálcio necessários para a saúde dos ossos;
- Exposição solar, no período da manhã ou no final da tarde, para garantir a síntese da vitamina D indispensável para a absorção intestinal de cálcio;
- Praticar atividade física, se possível com algum impacto, durante 30 minutos, pelo menos cinco dias por semana. Exercícios simples, como andar, dançar, nadar, ajudam a manter a densidade óssea, a fortalecer os músculos e a melhorar o equilíbrio, o que reduz o risco de quedas;
- Evitar o consumo excessivo de álcool e tabaco, pois estes prejudicam a qualidade dos ossos;
- Controlar a ingestão de cafeína, presente não só no café, mas também em vários tipos de chás, refrigerantes, chocolates e bebidas energéticas, porque interfere na absorção de cálcio pelo organismo.
A componente medicamentosa será indicada nos casos de osteoporose, com o intuito de ajudar na evolução lenta da doença por perda de massa óssea.
Recomendações:
- Mantenha o peso ideal;
- Pratique atividade física;
- Faça uma dieta equilibrada e rica em cálcio e vitamina D;
- Faça reposição hormonal quando indicada pelo seu médico;
- Faça modificações em casa, ou seja, a casa necessita de ser segura para evitar quedas e possíveis fraturas.
A atividade física é fundamental para os pacientes com osteoporose. Ajuda a aumentar o aporte e fixação de cálcio no osso, a manter a densidade óssea e a diminuir a dor nas articulações. Exercícios aeróbicos, de fortalecimento e flexibilidade são os mais indicados para quem tem osteoporose.
É importante lembrar que todos os pacientes devem ser avaliados pelo médico e fisioterapeuta para poder fazer os exercícios corretos, na altura certa e adequados a cada um, especialmente quando estamos a falar de idosos.
Na osteopenia e osteoporose, a fisioterapia é indicada para prevenir complicações, como deformidades e fraturas ósseas, fortalecer os músculos, melhorar o equilíbrio, evitar as quedas, ajudar na manutenção das amplitudes das articulações e, desta forma, melhorar a qualidade de vida do paciente.
Texto da autoria da terapeuta Manuella Rodrigues.