Síndrome do Túnel Cárpico

O que é?

A síndrome do túnel cárpico (STC) é uma neuropatia resultante da compressão do nervo mediano na sua porção distal, relacionado com o espessamento do ligamento transverso do carpo, ao nível do túnel do carpo.

A STC é a mais frequente síndrome compressiva de nervos periféricos, e está presente em 3,8% da população geral, correspondendo a 90% de todas as neuropatias periféricas. Vários estudos têm demonstrado prevalência de 9,2% nas mulheres e 0,6% nos homens, com pico de incidência entre 50 e 59 anos.

Sinais e Sintomas

Em consequência do estreitamento do compartimento do túnel do carpo, ocorre aumento da compressão do nervo mediano. Resultante desta compressão podem ocorrer: manifestar-se parestesia, dormência e formigueiro no trajeto da distribuição sensorial do nervo mediano, hipoestesia (redução da sensibilidade), dor noturna e fraqueza da mão. A dor, parestesias e dificuldade funcional atingem primordialmente a face palmar do polegar, dedo indicador, dedo médio e na metade radial (lado do polegar) do dedo anelar, aumentando os sintomas na fase noturna.

A dor pode ter irradiação proximal para o braço e ombro. O paciente pode referir diminuição de força de preensão e, em estádios mais avançados, pode-se observar atrofia da musculatura tenar. A dor na região ventral do punho e a sensação de volume na mão também podem estar presentes.

Causas

Os fatores etiológicos responsáveis pelo STC são múltiplos. Fatores intrínsecos, como o género feminino, a história familiar, uma estenose constitucional do túnel cárpico ou um retináculo dos flexores espesso, são causas a considerar. Fatores metabólicos, como a diabetes mellitus tipo I e II, a amiloidose, o hipotiroidismo e as doenças auto-imunes, devem também ser tidos em conta. A gravidez pode por si só despertar esta patologia. Alguns fármacos, tais como a hormona de crescimento ou os contracetivos orais, podem induzir a lesão. A prática desportiva e profissional são também fatores de risco para STC, considerando os movimentos repetidos e de “overuse” dos músculos flexores do antebraço, tal como a patologia traumática direta.

Tratamento

O tratamento não-cirúrgico será inicialmente o mais indicado (dependendo dos sinais e sintomas de cada paciente), no entanto, quando este não apresenta os resultados esperados, a opção cirúrgica prevalece.

O uso da ortótese de posicionamento, os anti-inflamatórios e os agentes físicos são ainda outras opções terapêuticas.

No que diz respeito ao uso de ortótese de posicionamento, esta é frequentemente utilizada na prática clínica. Com a sua utilização pretende-se colocar o punho em posição neutra, com consequente diminuição da pressão intra canalar e descompressão do nervo mediano.

O tratamento não-cirúrgico é composto por fisioterapia, reeducação funcional no trabalho (ergonomia), uso de ortóteses e fármacos anti-inflamatórios.

A fisioterapia é um excelente método de reabilitação das complicações provenientes da STC, tanto pelo menor custo quanto pela sua eficiência, demonstrada por meio da alta quantidade de recursos terapêuticos.

A reabilitação é mais eficiente se existir uma boa avaliação, isto é, saber identificar e eliminar as condições que geram dor, tais como processo inflamatório generalizado, espasmo muscular mantido, posturas anti-álgicas, alterações funcionais e estruturais do aparelho locomotor.

A fisioterapia é fundamental na reabilitação funcional do aparelho locomotor pois os procedimentos desta terapia proporcionam alívio sintomático da dor, redução do uso de fármacos, diminuição da inflamação, relaxamento muscular, prevenção de deformidades, reabilitação da função motora e redução do sofrimento tecidual.

Além disso, os utentes devem ser aconselhados sobre as modificações nas atividades e no local de trabalho, modificação da tarefa, descansar o suficiente e variar os movimentos. Essas alterações simples na prática laboral podem ser benéficas no controlo dos sintomas leves da STC.

O programa de reabilitação funcional de fisioterapia assume um papel relevante junto de uma equipa multidisciplinar, especialmente no que se refere à intervenção precoce e direcionado às complicações causadas pela condição clínica.

Se sofre desta síndrome, marque uma consulta connosco para ver como o/a podemos ajudar.

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Dr. André Yee

Línguas: Português, Inglês, Chinês (Cantonês).

Clínica:

Médico Especialista em Medicina Física e de Reabilitação.
Mestrado em Ecografia Musculoesquelética e Intervencionismo Ecoguiado.
Pós-Graduação em Medicina Desportiva.

Áreas de Intervenção: